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DISCURSO DO PAPA BENTO XVI
DURANTE A VISITA AO PONTIFÍCIO
DISPENSÁRIO DE SANTA MARTA

Sexta-feira, 30 de Dezembro de 2006

Prezados amigos

É com grande afecto que saúdo todos vós, trabalhadores deste Dispensário, cujo nome é dedicado a Santa Marta, irmã de Maria e de Lázaro, e modelo de grande disponibilidade em relação ao Mestre divino. Agradeço-vos a hospitalidade tão familiar, assim como as amáveis expressões que, em nome de todos, me foram dirigidas por um dos vossos representantes. Saúdo a Irmã Clara e as outras religiosas, os médicos, os voluntários e cada uma das famílias que aqui encontram uma ajuda preciosa. O serviço, que vós aqui desempenhais, inspira-se no exemplo de Santa Marta, que cuidava de Jesus; dado que era homem, Ele tinha necessidades humanas: sentia fome e sede, experimentava o cansaço da viagem, tinha necessidade de um momento de descanso, de estar um pouco retirado das multidões e da cidade de Jerusalém. Como ela, também vós procurais servir Jesus nas pessoas que encontrais.

Esta minha visita adquire um significado singular, porque se realiza no período natalício: nestes dias o nosso olhar volta-se para o Menino Jesus. Ao vir aqui, é precisamente Ele que encontro nas crianças de quem vós cuidais amorosamente. Elas constituem o objecto da vossa atenção, do mesmo modo como, no presépio, o Messias recém-nascido está no centro das atenções de Maria e de José. Em cada uma delas, assim como na gruta de Belém, Jesus bate à porta do nosso coração e pede que lhe reservemos espaço na nossa vida. Deus é assim: não se impõe, jamais entra com a força mas, como uma criança, pede para ser ouvido. Num certo sentido, também Deus se apresenta necessitado de atenção; espera que lhe abramos o coração e que cuidemos dele. E cada vez que nos voltamos com amor para "um só destes meus irmãos mais pequeninos", como disse o Senhor, é a Ele mesmo que prestamos o nosso serviço (cf. Mt 25, 40).

No dia de hoje celebramos a festividade da Sagrada Família de Nazaré. Ao encontrar-me no meio de vós e ao observar o vosso compromisso em prol das crianças e dos seus pais, desejo pôr em evidência a vocação fundamental da família, a ser o primeiro e principal lugar de acolhimento da vida. A concepção moderna da família, também por reacção ao passado, atribui uma grande importância ao amor conjugal, ressaltando os seus aspectos subjectivos de liberdade na opção e nos sentimentos. No entanto, é mais difícil sentir e compreender o valor da vocação de colaborar com Deus na procriação da vida humana. Além disso, as sociedades contemporâneas, embora tenham numerosos instrumentos à sua disposição, nem sempre conseguem facilitar a missão dos pais, tanto no plano das motivações espirituais e morais, como a nível das condições práticas da vida. Há uma grande necessidade de assistir a família, quer sob o perfil cultural, quer nos planos político e legislativo, e iniciativas como a do vosso Dispensário resultam ser mais úteis do que nunca a este propósito. Trata-se de realidades pequenas mas importantes e, graças a Deus, a Igreja está repleta das mesmas e não cessa de colocar cada uma delas ao serviço de todos.

Estimados irmãos e irmãs, antes de me despedir de vós, exorto-vos a rezar comigo por todas as famílias de Roma e do mundo, especialmente por aquelas que se encontram em condições de dificuldade, sobretudo porque se sentem obrigadas a viver distante da sua terra de origem. Oremos pelos pais que não conseguem assegurar aos filhos o que lhes é necessário para a saúde, para a educação e em vista de uma existência digna e tranquila. Sobre todos, invoquemos a salvaguarda maternal de Maria: Ave Maria...

E agora, concedo a cada um de vós e aos vossos entes queridos a Bênção Apostólica, enquanto formulo a todos vós um ano novo repleto de paz e de todo o bem.

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