Sábado, 3 de Março de 2007
Senhor Cardeal
Em nome de todos nós aqui reunidos, gostaria de lhe manifestar de todo o coração o meu obrigado pela maravilhosa anagogia que o senhor nos ofereceu nesta semana.
Na Santa Missa, antes da oração eucarística, todos os dias respondemos ao convite "corações ao alto" com as palavras: "o nosso coração está em Deus". E temo que esta resposta muitas vezes seja mais ritual do que existencial. Mas o senhor ensinou-nos nesta semana a elevar realmente, a elevar o nosso coração, a elevar-nos rumo ao invisível, rumo à verdadeira realidade. E deu-nos também a chave para responder todos os dias aos desafios desta realidade.
Durante a sua primeira conferência apercebi-me que na embutidura do meu genuflexório está representado Cristo ressuscitado, circundado por anjos que voam. Pensei que estes anjos possam voar porque não se encontram na gravitação das coisas materiais da terra, mas na gravitação do amor Ressuscitado; e que nós poderíamos voar se saíssemos um pouco da gravitação do material e entrássemos na gravitação nova do amor do Ressuscitado.
Realmente o senhor ajudou-nos a sair desta gravitação das coisas de todos os dias e a entrar nessa outra gravitação do Ressuscitado e, assim, a elevarmo-nos. Por isto lhe agradecemos.
Gostaria de lhe agradecer também porque nos ofereceu diagnoses muito perspicazes e concretas da nossa situação de hoje e sobretudo nos mostrou como por detrás de tantos fenómenos do nosso tempo, aparentemente muito distantes da religião e de Cristo, se encontra uma pergunta, uma expectativa, um desejo; e que a única verdadeira resposta a este desejo, omnipresente precisamente no nosso tempo, é Cristo.
Assim o senhor nos ajudou a seguir com mais coragem Cristo e a amar mais a Igreja, a "Immaculata ex maculatis", como o senhor nos ensinou com Santo Ambrósio.
Por fim, gostaria de agradecer o seu realismo, o seu humorismo e a sua firmeza; até à teologia um pouco audaciosa de uma sua doméstica: não ousaria submeter estas palavras "o Senhor talvez tenha os seus defeitos" ao julgamento da Congregação para a Doutrina da Fé. Mas contudo aprendemos e os seus pensamentos, Senhor Cardeal, acompanhar-nos-ão não só nas próximas semanas.
As nossas orações são com o senhor. Obrigado.
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