ENTREVISTA CONCEDIDA PELO SANTO PADRE
AOS JORNALISTAS DURANTE O VOO PARA MALTA
Voo Papal
Sábado, 17 de Abril de 2010
Queridos amigos, boa tarde! Desejemo-nos boa viagem, sem esta nuvem escura que está em cima da Europa.
Então, qual a razão desta viagem a Malta? Os motivos são numerosos.
O primeiro é São Paulo. Terminou o Ano paulino da Igreja universal, mas Malta festeja 1950 anos do naufrágio e esta é para mim uma ocasião para realçar mais uma vez a figura do Apóstolo das nações, com a sua mensagem importante precisamente também hoje. Penso que se possa sintetizar o essencial da sua viagem com as palavras que ele mesmo resumiu no final da carta aos Gálatas: fé activa na caridade.
São estas as coisas importantes hoje: a fé, a relação com Deus, que se transforma depois em caridade. Mas penso também que o motivo do naufrágio fala por nós. Do naufrágio, Malta obteve a sorte de ter a fé; assim podemos pensar também nós que os naufrágios da vida podem constituir o projecto de Deus para nós e podem também ser úteis para novos inícios na nossa vida.
O segundo motivo: é para mim um prazer viver no meio de uma Igreja vivaz como a de Malta, que é fecunda nas vocações também hoje, cheia de fé, no nosso tempo, e que responde aos desafios do nosso tempo. Sei que Malta ama Cristo e ama a sua Igreja que é o seu Corpo e sabe que, mesmo se este Corpo está ferido pelos nossos pecados, contudo o Senhor ama esta Igreja e o seu Evangelho é a verdadeira força que purifica e cura.
O terceiro motivo: Malta é o ponto onde as correntes dos prófugos chegam da África e batem à porta da Europa. Este é um grande problema do nosso tempo, e, naturalmente, não pode ser resolvido pela ilha de Malta. Todos nós devemos responder a este desafio, trabalhar para que todos possam, na sua terra, viver uma vida digna e por outro lado fazer o possível para que estes prófugos encontrem, onde chegam, não obstante tudo, um espaço de vida digna. Uma resposta a um grande desafio do nosso tempo: Malta recorda-nos estes problemas e também que é precisamente a fé a força que dá caridade, e por conseguinte, também a fantasia para responder bem a estes desafios. Obrigado.
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