VISITA PASTORAL DO PAPA FRANCISCO A GÊNOVA
ENCONTRO COM OS JOVENS DA MISSÃO DIOCESANA
DISCURSO DO SANTO PADRE
Santuário de Nossa Senhora da Guarda
Sábado, 27 de maio de 2017
Convido-vos a rezar a Nossa Senhora em silêncio: cada um lhe confie aquilo que tem no seu coração. É a nossa Mãe, a Mãe de Jesus, a nossa Mãe. Em silêncio, cada um lhe confie aquilo que tem no seu coração.
Bom dia!
Estou um pouco assustado, porque o Emanuele disse que «somos todos frenéticos»... [ri, riem]. Não sei como responder. O cardeal falou do vosso amor e disse que o vosso amor é turbulento e alegre. E isto é bom! Entre «frenéticos», «turbulentos» e «alegres», fazemos uma boa salada e o resultado será bom!
É com alegria que me encontro convosco. Trata-se de um encontro que desejo sempre: encontrar os jovens. O que pensam, o que procuram, o que desejam, quais são os desafios que enfrentam e assim por diante. E vós não quereis respostas pré-fabricadas, vós quereis respostas concretas mas pessoais, como aquelas roupas que se compram prêt-à-porter, não. Vós não quereis respostas prêt-à-porter. Quereis o diálogo, coisas que toquem o coração.
Chiara, obrigado por compartilhar esta experiência que vivestes durante este ano. Ouvir o convite de Jesus é sempre uma alegria plena. E o Senhor diz também: «E esta alegria plena — no mesmo trecho do Evangelho — ninguém vos poderá tirar» (cf. Jo 16, 22). Ninguém vo-la tirará. Alegria. Não é a mesma coisa que divertir-se. Sim, a alegria faz-te feliz, mas não é superficial. A alegria está dentro e nasce do coração; e esta alegria é aquela que vós vivestes ao longo deste ano. Agradeço-te.
Agora, gostaria de perguntar, gostaria, mas não há tempo e não se pode, mas: como sentistes que esta experiência que vivestes vos transformou: isto é verdade, ou são palavras? Porque — eis a pergunta — partir em missão significa deixar-se transformar pelo Senhor? Nós, normalmente, quando vivemos estas situações, estas atividades, como Chiara frisou muito bem, alegramo-nos quando tudo funciona bem. E isto é bom. Mas existe também outra transformação, que muitas vezes não se vê, está escondida e nasce na vida de cada um de nós. A missão, ser missionários leva-nos a aprender a olhar. Escutai bem isto: aprender a olhar. Aprender a ver com olhos novos, porque com a missão o olhar renova-se. Aprender a olhar a cidade, a nossa vida, a nossa família, tudo aquilo que está ao nosso redor. A experiência missionária abre-nos os olhos e o coração: aprender a olhar também com o coração. E assim, deixamos de ser — permiti-me a expressão — turistas da vida, para nos tornarmos homens e mulheres, jovens que amam com empenho na vida. «Turistas da vida»: vistes aquelas pessoas que tiram fotografia de tudo, quando vêm por turismo, e não olham para nada. Não sabem olhar... e depois olham as fotografias em casa! Mas uma coisa é olhar a realidade, e outra é olhar a fotografia. E se a nossa vida for de turistas, nós só olharemos as fotografias ou aquilo que pensamos da realidade. Ser turistas é uma tentação para os jovens. Não digo fazer um passeio aqui e ali, não, isto é bom! Quero dizer, olhar a vida com olhos de turista, ou seja superficialmente, e fazer fotografias para as ver mais tarde. Isto significa que eu não toco a realidade, não olho aquilo que acontece. Não olho a realidade como é. A primeira coisa que eu responderia, a propósito da vossa transformação, é abandonar esta atitude de turistas para vos tornardes jovens seriamente comprometidos com a vida, a sério. O tempo da missão prepara-nos e ajuda-nos a ser mais sensíveis, mais atentos e a prestar mais atenção. E muitas pessoas que vivem ao nosso lado, na vida quotidiana, nos lugares onde estamos, por não sabermos olhar, acabamos por ignorá-las. Quantas pessoas das quais podemos dizer: «Sim, sim, é aquela, é essa», mas não sabemos olhar para o seu coração, não sabemos o que pensam, o que sentem, porque o meu coração nunca se aproximou. Talvez eu tenha falado muitas vezes com elas, mas de maneira superficial. A missão pode ensinar-nos a ver com olhos novos, aproxima-nos ao coração de muitas pessoas, e isto é algo belíssimo, é deveras muito bom!
E destruir a hipocrisia. É desagradável encontrar pessoas adultas, adultos hipócritas, mas são adultos, que façam da sua vida o que quiserem, sabem o que fazem... Mas encontrar um jovem, uma jovem que começa a vida com uma atitude de hipocrisia, ele é suicida. Compreendestes? É suicida. É não abandonar a estrada do turista da vida, significa passar a vida fingindo, sem olhar para o coração das pessoas para falar com autenticidade, com transparência.
Além disso, há outra coisa: tu disseste que a missão é bonita e que aprendestes. Mas quando vou em missão, não é somente a minha decisão que me leva a partir. Existe outro que me manda, que me envia a cumprir a missão. E não se pode cumprir a missão sem ser enviado por Jesus. É o próprio Jesus que te envia, é Jesus que te impele à missão e está ali, ao teu lado: é exatamente Jesus que age no teu coração e muda o teu olhar, levando-te a ver a vida com olhos novos; não com olhos de turista. Entendestes?
É assim que se aprende que viver fechado no «turismo» não é útil, não ajuda. Devemos viver em missão, o que supõe que eu ouça Aquele que me envia, que é sempre Jesus, e vou ter com as pessoas, vou ao encontro dos outros para falar da minha vida, de Jesus e de muitas coisas, mas com uma transformação da minha personalidade, que me leva a olhar de outra maneira. E também a sentir a realidade de outra forma. Pensemos — para entender bem isto — quando Jesus ia pelo caminho, sempre no meio do povo; certa vez (cf. Mc 5, 25-34), Jesus parou e disse: «Alguém me tocou». E os discípulos: «Mas Mestre, não vês toda a multidão ao teu redor? Todos te tocam!» — «Alguém me tocou». Jesus não se tinha acostumado que o tocassem. Não, não era um «turista»: Ele entendia as intenções do povo e tinha compreendido que havia uma pessoa que o tocara para ser curada. E aquela mulher dizia consigo mesma: «Se eu o tocar, serei curada». Também nós devemos agir assim. Temos que conhecer as pessoas como são, porque temos o coração aberto e não somos turistas no meio do povo: somos enviados e missionários.
A missão ajuda também a fitar-nos uns aos outros, nos olhos, e a reconhecer que somos irmãos entre nós, que não existe uma cidade e nem sequer uma Igreja dos bons e uma cidade e uma Igreja dos maus. A missão ajuda-nos a não ser «cátaros». A missão purifica-nos de pensar que existe uma Igreja dos puros e uma dos impuros: todos somos pecadores e todos temos necessidade do anúncio de Cristo, e se eu quando na missão anuncio Jesus Cristo não pensar, não sentir que o digo a mim mesmo, separo-me da pessoa e julgo-me — posso julgar-me — puro e o outro como o impuro em necessidade. Como povo de Deus, a missão envolve todos nós, transforma-nos: altera o nosso olhar, muda o nosso estilo de vida, de «turista» em pessoa empenhada, tirando-nos da cabeça a ideia de que existem grupos, que na Igreja há os puros e os impuros: somos todos filhos de Deus. Todos pecadores e, dentro, todos com o Espírito Santo, que tem a capacidade de nos fazer santos.
Perguntavas-me — inclusive Emanuele fez a mesma pergunta — como sermos missionários para os nossos coetâneos, especialmente para aqueles que vivem situações difíceis, que são vítimas da droga, do álcool, da violência, do engano do maligno? Acho que a primeira coisa é amá-los. Nada podemos fazer sem o amor. Um gesto de amor, um olhar de amor... Poderás fazer programas para os ajudar, mas sem amor... E amar significa dar a vida. Jesus diz: «Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida» (cf. Jo 15, 13). Ele deu o exemplo, entregou a vida. Amar. Se tu não quiseres, ou pelo menos não tiveres — e digo «tu» mas refiro-me a todos, porque ela fez a pergunta, mas digo a todos — se tu não tiveres o coração disposto a amar — o Senhor ensina-nos a amar — não poderás realizar uma boa missão. A missão passará como uma aventura, um turismo. Preparar-se e partir com um coração disposto a amar. Ajudá-los a amar. Uma das perguntas que faço, não a cada pessoa, mas quando se apresenta a oportunidade, no confessionário, é: «Mas você ajuda as pessoas? Dá esmolas?» — «Sim», muitos respondem. Sim, porque as pessoas são boas, elas querem ajudar. «E diga-me: quando dá uma esmola, toca a mão da pessoa à qual dá a esmola, ou a tira imediatamente?». E aqui, alguns não sabem o que dizer. E mais: «Quando você dá uma esmola, fita os olhos daquele mendigo que te pede a esmola? Ou tem pressa?». Amar. Amar é ter a capacidade de apertar a mão suja e a capacidade de fitar os olhos daqueles que vivem em situação degradada e dizer: «Para mim, tu és Jesus». E este é o início de cada missão, é com este amor que devo ir falar. Se eu falar às pessoas pensando: «Ah, estes idiotas que nada sabem de religião, darei, ensiná-los-ei como devem agir...». Por favor! É melhor permanecer em casa e recitar um Rosário, será melhor para ti do que partir em missão. Não sei se entendestes isto.
E por que devo amar estas pessoas? Aquelas vítimas da droga, do álcool, da violência, do engano do maligno? Por detrás de todas estas situações que mencionaste há uma certeza que nós não podemos esquecer, uma certeza que nos deve tornar «teimosos» na esperança: para cumprirmos a missão é necessário que sejamos teimosos na esperança. Não apenas o amor, mas também a esperança, e teimosos. Em cada uma destas pessoas que são vítimas de situações difíceis existe uma imagem de Deus que, por vários motivos, foi maltratada, espezinhada. Há uma história de dor, de feridas que não podemos ignorar. E esta é a loucura da fé. Quando Jesus nos diz: «Foste à prisão e encontraste-me» — «Mas és um louco!»: eis a loucura da fé. A loucura da cruz, da qual fala São Paulo; a loucura do anúncio do Evangelho. Ali está Jesus, e isto significa aprender a ver com os olhos de Jesus: como Jesus olha para estas pessoas. Como as fita. Se Jesus, quando nos diz — as perguntas que nos hão de dirigir quando formos para o outro lado (cf. Mt 25, 31-46) — quando nos diz que Ele era aquelas pessoas, é o mistério de amor no Coração de Jesus.
Certa vez tive a oportunidade — na Argentina eu já estava acostumado a visitar os cárceres — e numa ocasião saudei um preso que tinha cometido mais de cinquenta homicídios. E pensei: «Mas tu és Jesus», porque Ele disse que se tu fores visitar-me na prisão, Eu estarei lá, naquele homem. Para sermos missionários é necessária esta loucura da cruz, esta loucura do anúncio evangélico: que Jesus faz milagres, que Jesus não é um bruxo curandeiro que cura. Jesus está em cada um de nós, em cada um de nós. E talvez um de vós, neste momento, está numa situação de pecado mortal, numa situação de distância, longe de Jesus, talvez... Mas Jesus está ali e espera. Está ali contigo. Ele nunca nos deixa. Se vou com amor, não como turista, e isto transforma-me, vou como teimoso na esperança e vou consciente de que toco, vejo, escuto Jesus que age no coração de cada pessoa que encontro na missão. Entendeste? E a propósito daqueles que tu mencionaste, os mais descartados da sociedade — é importante — eu disse que não nos devemos sentir mal ao apertar a mão suja de um mendigo, dessas pessoas, para citar um exemplo...
Todos nós estamos sujos. E se Ele me salvou, eu digo: obrigado, Senhor, porque inclusive eu posso ser aquela pessoa... Senhor, por que também eu não acabei por ser um drogado? Pela tua vontade. Mas se o Senhor tivesse deixado a minha mão, também eu, todos [onde teríamos acabado?]. E este é o amor, a graça que nós devemos anunciar: Jesus está naquelas pessoas. Por favor, não adjetiveis as pessoas. Parto em missão com o amor, com a teimosia da esperança, para anunciar uma mensagem às pessoas com um nome, não com adjetivos. E quantas vezes a nossa sociedade despreza e classifica: «Não, aquele é um bêbado! Não, eu não lhe dou esmolas porque ele vai comprar um copo de vinho e, coitado, não tem outra felicidade na vida»; «Eh não, este é um drogado»; «Este, esse, este, aquele...». Nunca adjetiveis as pessoas! Somente Deus, só o juízo de Deus pode atribuir adjetivos às pessoas. E assim fará: no Juízo final, definitivamente, sobre cada um de vós: «Vem, bendito de meu Pai; vai maldito...». Os adjetivos: é Ele que os atribui; quanto a nós, nunca devemos adjetivar: «este» e «esse», «este» e «aquele». Parto em missão para levar um grande amor.
Além disso, naquela transformação — entusiasmei-me com a tua pergunta, anotei-a e fiz algumas reflexões — nós somos habitantes de uma cultura do vazio, de uma cultura da solidão. Dentro as pessoas — também nós — estão sozinhas e têm necessidade da confusão para não sentir este vazio, esta solidão. Esta é a proposta do mundo, e isto nada tem a ver com a alegria da qual falamos. O vazio: se existe algo que destrói as nossas cidades é este isolamento. Partir em missão significa ajudar a sair dos isolamentos e fazer comunidade, fraternidade. «Mas eu não gosto dele...». «Ele é assim...». Nunca adjetiveis: Jesus ama todos. Se parto em missão, devo estar disposto a amar todos. Não há aquela alegria plena que a missão te dava, como tu dizias. Mas há muitos nossos irmãos com o olhar desfigurado por uma sociedade que se defende apenas com a exclusão, isolando as pessoas, ignorando. Nunca, se quisermos ser missionários, anunciar o Evangelho e ter esta alegria, nunca excluamos, nunca isolemos ninguém, nunca ignoremos. Não sei se respondi a algo.
E obrigado Luca pela tua inquietação. Génova é uma cidade-porto, que historicamente soube receber muitos navios e gerou grandes navegadores! Para ser discípulo é necessário ter um coração igual ao do navegador; horizonte e coragem. Se não tiveres horizonte e fores incapaz até de olhar para o teu nariz, nunca serás um bom missionário. Se não tiveres coragem, nunca o serás. É a virtude dos navegadores: eles sabem ler o horizonte, ir, e têm a coragem de partir. Pensemos nos grandes navegadores do século XV; muitos saíram daqui. Vós tendes a oportunidade de conhecer tudo com as novas técnicas, mas muitas vezes estas técnicas de informação levam-nos a cair numa cilada; pois em vez de nos informar, saturam-nos, e quando estás saturado o horizonte aproxima-se, aproxima-se, e tens diante de ti um muro, perdeste a capacidade de horizonte. Atenção: está sempre atento àquilo que te vendem! Inclusive àquilo que te vendem nos mass media. A contemplação, a capacidade de contemplar o horizonte, de julgar; não comas aquilo que te servem no prato. Este é um desafio: é um desafio que, a meu ver, nos deve levar à oração, a dizer ao Senhor: «Senhor, peço-te um auxílio: por favor, não deixes de me desafiar». Desafios de horizontes que exigem coragem. Tu és genovês? Navegador: horizonte e coragem. E a todos os genoveses eu digo: ide em frente! Aquela oração que eu vos propunha: «Senhor, peço-te um favor, hoje desafia-me». Sim, «Jesus, por favor, vem, incomoda-me, dá-me a coragem de poder responder ao desafio e a ti». Gosto muito deste Jesus que incomoda, que importuna; porque é Jesus vivo, que te move dentro com o Espírito Santo. E como é bom quando um jovem ou uma jovem se deixa importunar por Jesus! Quando o jovem ou a jovem não deixa que lhe fechem a boca com facilidade, quando aprende a não estar com a boca fechada, não se contenta com respostas simplistas, busca a verdade, procura a profundidade, vai ao largo, vai em frente, em frente! E tem a coragem de se interrogar sobre a verdade e a respeito de muitos assuntos. Devemos aprender a desafiar o presente. Uma vida espiritual sadia gera jovens espertos, que diante de algumas situações hoje propostas por esta cultura — «normal», dizem, pode ser, não sei... — questionam-se: «Isto é normal ou não é normal?». E muitas vezes — digo isto com tristeza — os jovens são as primeiras vítimas destes vendedores de fumaça; levam-nos a crer em tantas coisas, colocam muitas coisas nas suas cabeças... Contudo, uma das primeiras formas de coragem que deveis ter é interrogar-vos: «Mas isto é normal ou não é normal?». A coragem de buscar a verdade. É normal que cada dia aumente aquele sentido de indiferença? Não me importa o que acontece ao próximo; a indiferença em relação aos amigos, aos vizinhos, no bairro, no trabalho, na escola... É normal — como nos convidava a refletir Francesca — que muitos dos nossos coetâneos, migrantes ou provenientes de países distantes, difíceis, ensanguentados por egoísmos que levam à morte, vivem nas nossas cidades em condições verdadeiramente árduas? Isto é normal? É normal que o Mediterrâneo se tenha tornado um cemitério? Isto é normal? É normal que tantos países — e não falo da Itália, porque a Itália é muito generosa — tantos países fechem as portas a estas pessoas feridas que fogem da fome, da guerra, estas pessoas exploradas, que vêm em busca de um pouco de segurança... é normal? Eis a pergunta: isto é normal? Se não é normal, devo esforçar-me para que isto não aconteça. Querido, é preciso ter coragem para isto, é preciso ter coragem!
Voltando a falar dos navegantes, Cristóvão Colombo, o qual dizem que era dos vossos — nunca se sabe, mas muitos como ele, ou ele mesmo, talvez tenham vindo daqui — dele diziam: «Este louco quer chegar lá, indo por aqui». Mas ele tinha feito um raciocínio sobre a «normalidade» de certas coisas e enfrentou um desafio enorme: teve coragem. É normal que diante da dor dos outros a nossa atitude seja fechar as portas? Se não é normal, empenha-te. E se não tiveres a coragem de te empenhares, permanece calado, abaixa a cabeça, humilha-te diante do Senhor e pede coragem. Desafiar o presente é ter a coragem de dizer: «Há situações que parecem normais, mas não são tais». E vós deveis pensar assim: não são situações desejadas por Deus, e não devem ser almejadas nem sequer por nós! E digamo-lo em voz alta! Assim é Jesus: intempestivo, rompe os nossos esquemas, os nossos projetos. É Jesus quem semeia nos nossos corações a inquietação de nos colocarmos esta pergunta. E isto é bom: é muito bom!
Estou persuadido de que vós, genoveses, sois capazes de grandes horizontes e de muita coragem, mas depende de vós se o desejais fazer: não depende de mim. Esta tarde eu parto e deixo a semente. Deixo-vos o desafio ou, como dizemos na nossa terra: «Lanço-vos a luva ao rosto». Vós vereis.
Concluo com uma sugestão: cada manhã, uma simples oração: «Senhor, hoje peço-te por favor que não deixes de me desafiar. Sim, Jesus, por favor, vem incomodar-me um pouco e dá-me a coragem de poder responder-te».
Obrigado!
Vós estais aqui, sentados, à sombra: aqui estamos num lugar fresco [no Santuário]. Mas lá fora estão — podeis ouvi-los? Eles sabem fazer barulho — muitos que resistiram ao sol, de pé... Um aplauso para eles! Eu via-os, via-os daqui. Estavam todos em silêncio, porque ouviam e seguiram tudo. Parece que eles têm um pouco de coragem e de horizonte: pelo menos eles; espero que também vós o tenhais!
Agora conceder-vos-ei a bênção, mas antes de receber a bênção, saudemos Nossa Senhora:
«Ave Maria...».
[Saudação e bênção aos encarcerados]
Gostaria de dirigir uma saudação e dar a bênção também a todos os presos de Génova e da Ligúria, que seguiram este encontro. Conceder-lhes-ei — e vós permanecei em silêncio — a bênção.
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