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VIAGEM APOSTÓLICA DE SUA SANTIDADE FRANCISCO
à INDONÉSIA, PAPUA NOVA GUINÉ,
TIMOR-LESTE E SINGAPURA
(2 - 13 de setembro de 2024
)

ENCONTRO COM OS JOVENS

DISCURSO DO SANTO PADRE

Estádio “Sir John Guise” (Port Moresby, Papua Nova Guiné)
Segunda-feira, 9 de setembro de 2024

[Multimídia]

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Queridos jovens, bom dia!

Tenho de vos dizer uma coisa: estou feliz por estes dias passados no vosso País, onde convivem o mar, as montanhas e as florestas tropicais; e, sobretudo, um País jovem, habitado por muitos jovens! O rosto jovem do País todos o pudemos contemplar, inclusive através da linda encenação a que aqui assistimos. Obrigado! Obrigado pela vossa alegria, pelo modo como narrastes a beleza da Papua Nova Guiné, “onde o oceano encontra o céu, onde nascem sonhos e surgem desafios”; e, acima de tudo, obrigado porque formulastes para todos um importante voto: “encarar o futuro com sorrisos de esperança”, com sorrisos de alegria.

Queridos jovens, não queria partir daqui sem vos encontrar, porque sois esperança para o futuro.

E como se constrói o futuro? Que sentido queremos dar à nossa vida? Gostaria de me deixar interpelar por estas questões a partir de uma história que se encontra no início da Bíblia: a história da Torre de Babel. Aí vemos dois modelos que entram em choque, dois modos opostos de viver e de construir a sociedade: um conduz à confusão e à dispersão, o outro leva à harmonia do encontro com Deus e com os irmãos. Num lado, a confusão e, no outro, a harmonia. Isto é importante.

Agora pergunto: qual escolheis? O modelo da dispersão ou o modelo da harmonia? Qual escolheis? [resposta: a harmonia!] Muito bem! Há uma história na Escritura onde se conta que, após o dilúvio universal, os descendentes de Noé se dispersaram por diversas ilhas, cada um “segundo a sua língua e consoante as suas famílias” (cf. Gn 10, 5). Sem anular as diferenças, Deus concedeu-lhes um modo de comunicar e de se unirem entre si; na verdade, «em toda a Terra, havia somente uma língua» (Gn 11, 1). Isto significa que o Senhor nos criou para nos relacionarmos bem uns com os outros. Prestai atenção: não nos criou para a confusão, mas para nos relacionarmos bem. E isto é muito importante.

E face a esta diversidade de línguas, que dividem e dispersam, precisamos de ter uma língua que nos ajude a permanecer unidos. E eu pergunto-vos: qual é a língua que fomenta a amizade, que derruba os muros da divisão e nos abre caminho para entrarmos, todos, num abraço fraterno? Qual é essa língua? Gostaria de ouvir um de vós, um corajoso... Quem é capaz de me dizer que língua é essa? O mais corajoso levante a mão e venha aqui à frente. [Um jovem responde: o amor]. Estais convencidos disso? [Os jovens respondem: sim!] Pensai bem. E contra o amor, o que é que há? O ódio. Mas há ainda uma coisa talvez pior do que o ódio: a indiferença em relação aos outros. Compreendestes o que é o ódio e o que é a indiferença? Compreendestes? [Os jovens respondem: sim!] A indiferença é uma coisa muito feia, porque tu deixas os outros na berma do caminho, não te preocupas em ajudá-los. A indiferença tem as suas raízes no egoísmo.

Reparai bem: na vida, vós que sois jovens, deveis ter a inquietude do coração para cuidar dos outros. Deveis ter a inquietude que leva a construir amizade entre vós. E deveis interessar-vos por algo que vou dizer agora e que talvez vos pareça um pouco estranho. Há uma relação muito importante na vida de um jovem: é a proximidade aos avós. Estais de acordo? [Respondem: sim!] Agora, todos juntos, digamos: “Viva os avós!” [Os jovens repetem: Viva os avós!]. Muito Obrigado. Obrigado.

Voltemos ao relato bíblico dos descendentes de Noé. Cada um falava uma língua diferente, inclusive muitos dialectos. Pergunto-vos: quantos dialectos existem aqui? Um? Dois? Três? Mas vós, tendes uma língua comum? Pensai bem: tendes uma linguagem comum? [Os jovens respondem: sim!]. A linguagem do coração! A linguagem do amor! A linguagem da proximidade, que é também a do serviço.

Agradeço a vossa presença aqui. E espero que todos faleis uma linguagem mais profunda, que todos vós sejais “wantok” do amor!

Queridos jovens, estou contente com o vosso entusiasmo e com tudo o que fazeis, com o que pensais. Mas pergunto-me – e atenção à pergunta! – será que um jovem pode errar? [Respondem: sim!]. E um adulto, pode errar? [Respondem: sim!]. E um idoso como eu, pode errar? [Respondem: sim!]. Todos nós estamos sujeitos a cometer erros. Todos. Mas o que importa é darmo-nos conta do erro. Isso é importante. Não somos super-homens. Podemos errar. E isto dá-nos uma certeza: temos sempre de nos corrigir. Na vida, todos podemos cair, todos. Há uma canção muito bonita, que gostaria que apreendesses; é uma canção que os jovens cantam quando estão a escalar os Alpes, as montanhas. Diz assim: «Na arte de subir [a montanha], o que conta não é não cair, mas não ficar caído». Compreendestes? [Os jovens respondem: sim!] Na vida, todos podemos cair, todos! É importante não cair? É importante não cair? Pergunto-vos. [Respondem: não] Então, o que é mais importante? [Os rapazes respondem: levantar-se!] Não ficar caídos. E se tu vires um amigo, um colega, uma amiga, uma colega da vossa idade que caiu, o que é que deves fazer? Rir daquela situação? [Os jovens respondem: não!] Deves olhar para ele e ajudá-lo a levantar-se. Reparai que só numa situação da vida podemos olhar para o outro de cima para baixo: para o ajudar a levantar-se. Para o ajudar a levantar-se. Estais de acordo ou não? [Os jovens respondem: sim!] Se um de vós caiu, se está um pouco em baixo na vida moral, tu, vós, deveis dar-lhe um pontapé, assim? [Os jovens respondem: não!] Ótimo, Muito bem.

Agora, para terminar, vamos repetir juntos. Na vida, o que conta não é não cair, mas não ficar caído. Repeti. Muito obrigado.

Queridos jovens, obrigado pela vossa alegria, pela vossa presença e pelos vossos sonhos. Rezo por vós. E vós não vos esqueçais de rezar por mim, porque o trabalho não é fácil. Muito obrigado pela vossa presença. Muito obrigado pela vossa esperança.

E agora, rezemos todos juntos. Rezemos por todos nós.

[oração do Pai-Nosso em inglês]

Muito obrigado. Mas, já me esqueci: se alguém cai, deve permanecer caído? [Os jovens respondem: não!] Muito bem. E se virmos cair um amigo, uma amiga, um colega, uma colega, devemos deixá-lo ali ou dar-lhe um pontapé? [Respondem: não!] O que é que devemos fazer? [Respondem: levantá-lo!]

Muito obrigado. Deus vos abençoe. Não vos esqueçais de rezar por mim.

* * *

Palavras improvisadas após a bênção:

Antes do cântico final, esqueci-me de dizer uma coisa. Queria perguntar-vos, porque já não me lembro: quando encontrais alguém que está caído no caminho, por causa de tantos problemas, o que é que deveis fazer, dar-lhe um pontapé? [Os jovens respondem: não!] Qual é o gesto que se deve fazer diante de alguém que caiu? [Respondem: levantá-lo!] Façamo-lo todos juntos! Muito obrigado.

Palavras improvisadas após o hino final

Gostaria de agradecer a todos os que prepararam este belo encontro. Quem me lembrou isso foi este bispo salesiano que veio até vós vestido como um verdadeiro operário! Em conjunto, demos agora uma salva de palmas a todos os que prepararam este encontro. E esqueci-me de uma coisa: como é que se faz? É assim? [gesto de levantar uma pessoa caída].



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