CARTA DO PAPA JOÃO PAULO II
NO Iº CENTENÁRIO DOS SALVATORIANOS
Ao Rev.mo Padre
GERARDO ROGOWSKI
Superior-Geral
da Sociedade do Divino Salvador
Contemplando agora, com muita alegria, o nascimento do insigne Servo de Deus Francisco Maria Jordan, fundador da Sociedade do Divino Salvador, que ocorrerá no mês de Junho e, olhando ainda para a comemoração, no próximo dia 8 de Dezembro, do centenário da mesma Sociedade, fundada por ele aqui, em Roma, queremos pedir-Vos, nesta oportunidade singular, por meio desta carta, Rev.mo Padre, que sejais intérprete, junto da Sociedade, dos nossos sentimentos e afecto; em primeiro lugar congratulamo-nos efusivamente com toda a vossa família pela passagem de um século de vida activa e de trabalho apostólico ao serviço da comunidade eclesial de Cristo e, em segundo lugar, exortamos com firmeza cada um dos seus membros a deixar-se imbuir vivamente do fervor original do Padre fundador, esforçando-se por encarnar o seu zelo apostólico e realizando fielmente a missão da congregação religiosa.
Não nos passou despercebido que, durante todo este ano, já foram estudadas e indagadas diligentemente, nas catorze províncias e nas três missões externas, as fontes e origens de vosso instituto, as virtudes e as intenções do próprio Fundador, a conveniente renovarão das mentes e a adaptação das Regras às actuais necessidades do Povo de Deus. Acompanhamos estes vossos estudos, sobretudo com as nossas preces, a fim de que a comemoração do aniversário das origens faça dos membros da Sociedade apóstolos mais ardorosos do Evangelho e da verdadeira fé e arautos mais constantes de Jesus Cristo, Salvador do mundo, e ministros mais disponíveis da Mãe Igreja por todo o mundo.
Pois, jamais se investirão forças ou tempo, fadigas ou preocupações ou talentos ou trabalho suficientes naquela que é a mais notável de todas as causas, a saber, para a salvação eterna dos homens, e para que tenham uma vida terrena digna, de acordo com os preceitos de Cristo e os ensinamentos da Igreja. Com efeito, hoje mais do que nunca, muitos homens procuram a luz da doutrina de Jesus de Nazaré; hoje mais do que antes, muitos têm sede do conforto e do auxílio dos Sacramentos; muitos desejam a constante companhia dos baptizados e dos que crêem em Cristo, bem como a segurança benfazeja da comunhão eclesial. O próprio Francisco Maria Jordan desejava ardentemente difundir por toda a parte estes bens e estes benefícios valiosíssimos, fundando, por isso, há cem anos, aquela Sociedade, para que desempenhasse a missão de comunicar ao maior número possível de homens as mesmas graças do Salvador do Mundo.
O cultivo dessa vinha é e será sempre actual: sempre haverá ovelhas errantes desejosas do divino Pastor; também nos nossos dias é ingente o trabalho da propagação do Evangelho que, aliás, de dia para dia se torna até mais difícil, por causa das circunstâncias dos tempos e da mudança dos costumes humanos; a vocação apostólica, missionária, evangélica e sacerdotal necessitará sempre de operários generosos e alegres. Eis, portanto, um campo vastíssimo em que o carisma dos Salvatorianos pode e deve mostrar a sua força.
Não temos a menor dúvida de que, se colherdes os frutos espirituais desta celebração centenária da Sociedade em cada província e missão, em cada comunidade e em cada um de vós, estareis realizando mais plenamente as elevadas aspirações do venerável Fundador, mostrando, de maneira inequívoca, o exemplo de fidelidade à Igreja e de amor à vossa família religiosa, profundamente inflamados de zelo pela própria vocação.
Daí, resultará, sem dúvida, que aqueles aos quais a Providência divina concedeu a graça, por sua vez, responderão mais facilmente à chamada de Deus, ingressando no instituto dos Salvatorianos,
Estes são, pois, os nossos sentimentos e os nossos pensamentos por ocasião do centenário de fundação da Sociedade do Divino Salvador; eis os nossos votos e desejos que quisemos expressar-Vos, por meio da presente carta, Rev.mo Padre, bem como a toda a família religiosa que presidis pelo mundo inteiro.
Enfim, enviamos a cada um ele vós a nossa Bênção Apostólica, dada afectuosamente como prova das nossas benévolas congratulações; que ela seja para vós penhor não só de perene luz e consolo, mas também de protecção e de força.
Dada junto do Vaticano no dia 2 de Julho do ano do Senhor de 1981, terceiro do nosso pontificado.
JOÃO PAULO PP. II
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