JOÃO PAULO II
ANGELUS
Domingo, 30 de Maio
Caríssimos Irmãos e Irmãs!
1. No final desta sugestiva celebração eucarística, o nosso espírito dirige-se a Maria Santíssima, que na Diocese de Ancona-Ósimo é venerada em numerosas igrejas, capelas e santuários. Apraz-me recordar aqui os santuários da Bem-Aventurada Virgem das Dores, de Campocavallo em Ósimo, de Nossa Senhora de Tornazzano em Filottrano, de Nossa Senhora do Sagrado Coração de Jesus em Ósimo e da Bem-Aventurada Virgem do Rosário em Falconara.
Precisamente na vossa Catedral de São Ciríaco, da qual celebramos o milénio, está a Capela dedicada a «Nossa Senhora Rainha de todos os Santos», principal Padroeira da Cidade. Deste estádio dirijo-me em peregrinação espiritual ao nicho artístico que serve de moldura para a prodigiosa imagem de Nossa Senhora, tão querida à piedade dos habitantes de Ancona. Trata-se de um quadro simples mas muito expressivo que, segundo a tradição, foi confiado como ex voto aos cónegos da Catedral por um marinheiro veneziano que tinha sobrevivido a um naufrágio. Gostaria de confiar a Maria a vossa Comunidade arquidiocesana e toda a população desta Cidade. Ela vos proteja e defenda sempre no meio das ondas da vida.
2. Desta Cidade que pela sua tradição está ligada ao Oriente, não posso deixar de dirigir o olhar para além do mar Adriático, que para muitos prófugos constitui uma difícil vereda de esperança. Infelizmente, no Kossovo e na República Jugoslava continuam implacáveis a prepotência e a violência, com numerosas vítimas humanas e terríveis prejuízos ambientais. Renovo hoje o meu premente apelo à paz. Exortação que se torna oração a fim de que Maria nos obtenha um dom tão essencial e insubstituível. Durante este mês de Maio, respondendo à minha exortação, também vós recitastes diariamente o santo Rosário, o «Rosário da paz», unindo-vos aos fiéis do mundo inteiro.
Diante da persistência da violência, não diminua a vossa confiante invocação pelas populações do Kossovo e da Jugoslávia, desde há demasiado tempo vítimas de uma situação que marca uma pesada derrota da humanidade, precisamente a seguir à comemoração do cinquentenário da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Acrescentemos ainda a lembrança de outros povos que, de forma especial no continente africano, pagam um inaceitável tributo de vidas humanas, de fome, de miséria e de humilhações, devido à continuação dos conflitos fratricidas, com frequência ignorados pela opinião pública.
3. Elevando hoje o pensamento à Santíssima Trindade, oceano de amor e de paz, rezemos para que a humanidade possa encontrar a coragem da reconciliação. Sobre as múltiplas formas de orgulho e de mentira prevaleçam o diálogo, a solidariedade e o amor. Deus ilumine as consciências dos responsáveis a fim de que, acima de tudo coloquem a tutela dos direitos fundamentais da pessoa humana. De facto, cada vez que triunfam o ódio e a violência, o homem é derrotado. O Senhor conforte e ajude os milhares de crianças, mulheres, anciãos e doentes, vítimas inocentes da guerra.
Maria, Rainha da Paz, Rainha de todos os Santos, ora por nós e obtém a paz para o mundo!
Copyright © Dicastero per la Comunicazione - Libreria Editrice Vaticana