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MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
 
AOS PARTICIPANTES NO CONGRESSO INTERNACIONAL
DOS BISPOS AMIGOS DOS FOCOLARES

 

Estimados irmãos!

Alegro-me vivamente pela celebração do Congresso internacional que vos vê reunidos, primeiro em Trento e depois em Loppiano, por ocasião do centenário do nascimento da Serva de Deus Chiara Lubich, com o objetivo de aprofundar o significado e a contribuição do carisma da unidade ao serviço, hoje, da missão da Igreja como comunhão evangelizadora.

Os carismas são «presentes do Espírito integrados no corpo eclesial, atraídos para o centro que é Cristo, donde são canalizados num impulso evangelizador» (Exortação Apostólica  Evangelii gaudium, 130). Portanto, é bom também para os Bispos colocar-se novamente na escola do Espírito Santo, que leva a sair do Cenáculo — onde o Senhor Jesus os reuniu em unidade com Pedro e Maria, Mãe de Deus e Mãe da Igreja — para caminhar no fogo do Pentecostes com todo o Povo de Deus, ao longo das sendas da missão. A sua luz e força levam-nos a encontrar com misericórdia e ternura aqueles que vivem e sofrem nas periferias existenciais e sociais, anunciando e testemunhando com alegria o Evangelho de Jesus, sem medo, ricos unicamente de fé, esperança e amor.

Os dons carismáticos são coessenciais, juntamente com os dons hierárquicos, na missão da Igreja [cf. Congregação para a Doutrina da Fé, Carta Iuvenescit Ecclesia sobre a relação entre dons hierárquicos e carismáticos para a vida e a missão da Igreja, 15 de maio de 2016], e os Pastores são investidos do dom específico de reconhecer e promover a ação do Espírito Santo que propaga no meio do Povo de Deus, entre os fiéis de todas as vocações, «graças especiais... as quais os tornam aptos e dispostos a tomar diversas obras e encargos, proveitosos para a renovação e cada vez mais ampla edificação da Igreja» (Lumen gentium, 12). O carisma da unidade é uma destas graças para o nosso tempo, que experimenta uma mudança de alcance epocal e exige uma reforma espiritual e pastoral simples e radical, que reconduza a Igreja à nascente sempre nova e atual do Evangelho de Jesus.

Através do carisma da unidade, plenamente sintonizado com o magistério do Concílio Ecuménico Vaticano II, o Espírito Santo ensina-nos concretamente a viver a graça da unidade segundo a oração dirigida por Jesus ao Pai na iminência da sua Páscoa de morte e ressurreição (cf. Jo 17, 21). O Espírito convida a escolher como único todo do nosso seguimento e como única bússola do nosso ministério, Jesus crucificado — Chiara Lubich acrescentaria “abandonado” (cf. Mc 15, 34; Mt 27, 46) — fazendo-se um só com todos, a começar pelos últimos, excluídos, descartados, a fim de lhes transmitir luz, alegria e paz. O Espírito abre ao diálogo da caridade e da verdade com cada homem e mulher, de todas as culturas, tradições religiosas, convicções ideais, para edificar no encontro a nova civilização do amor. O Espírito insere na escola de Maria, onde se aprende que o que vale e permanece é o amor. Como Maria e com Ela somos chamados a tornar presente e ao mesmo tempo quase tangível para a humanidade de hoje, Jesus, Filho de Deus, que no seu seio se tornou o primogénito entre muitos irmãos e irmãs (cf. Rm 8, 29) e que vive Ressuscitado no meio daqueles que são um só em seu Nome (cf. Mt 18, 20).

Portanto convosco, queridos irmãos Bispos, expresso a minha gratidão a Deus pelo dom do carisma da unidade, através do testemunho e do ensinamento da Serva de Deus Chiara Lubich e, com renovada comunhão e sob o olhar materno de Maria, «invoco [...] o Espírito Santo; peço-lhe que venha renovar, sacudir, impelir a Igreja numa decidida saída para fora de si mesma, a fim de evangelizar todos os povos» (Exort. ap. Evangelii gaudium Evangelii gaudium

Abençoo cada um de vós e as comunidades a vós confiadas, e peço-vos por favor que oreis por mim.

Roma, São João de Latrão, 29 de janeiro de 2020.

Francisco

 



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